Toda pessoa deve fazer um voluntariado pelo menos uma vez na vida
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É essa frase que me veio na cabeça enquanto eu estava sentada no assento do ônibus indo em direção ao terminal central de Florianópolis no dia em que terminei meu primeiro voluntariado. Saí chorando, rindo, com um sentimento absurdo de gratidão por tudo que vivi, lembro que fiz uma nota mental disso para que no dia que eu fosse relatar aqui, eu lembrasse certinho desse sentimento. Ele tá presente aqui agora.
Quando eu comecei essa jornada, sim, chamo de jornada pois tem um significado mais poético do que simplesmente viagem ou mochilão, a jornada consiste em passar por várias fases, inclusives perrengues e incertezas pelo caminho e soa mais real pra mim, voltando... quando comecei essa jornada eu tinha na minha mente que seria incrível e que eu iria conhecer muitas pessoas e ter experiências marcantes. E tive, mas o turbilhão de sentimentos que vem junto, não está descrito nas letras miúdas nem é ensinado em nenhum treinamento que temos na Worldpackers.

Todos os dias conhecemos pessoas e criamos conexões pra vida e quando chega a hora de se despedir o peito aperta a voz engasga é nessas horas que percebemos que não estamos preparados e na real, nem imaginávamos passar por esses momentos. Mas a vida ensina, sem teoria, tudo na prática e é a forma que vamos aprendendo a lidar com o novo diariamente.
Na minha primeira experiência eu vivi coisas que jamais imaginei, coisas que eu dizia que não gostava, sabe criança que nunca provou e fala que não gosta, eu era essa criança. Mas um dos meus princípios de viajante "Aproveitar todas as oportunidades" me ajudou a quebrar muitos paradigmas e eu me joguei em vivências intensas, algumas não vou nem repetir, mas com certeza não vou esquecer e jamais me arrepender.






Parte da minha jornada será prenchida pelo trabalho voluntário, aliás é esse trabalho que me levará cada vez mais longe e me trará cada vez mais vivências como estas que já tive. E quando eu falo que toda pessoa deveria pelo menos uma vez na vida fazer um voluntariado é dessa jornada que estou falando. Não se trata apenas de conhecer pessoas diferentes e lugares bonitos. Se trata de viver de verdade, causar impacto por onde passar, acordar cedo, dormir na rede, cozinhar juntos, trabalhar, ter responsabilidades, passear durante uma folga e conhecer um lugar ou fazer uma trilha, participar de uma conversa agrádavel, ouvir a história de um hóspede, fazer um som com a galera na praia. Poderia falar o dia todo dessas pequenas experiências aqui, a lista é infinita, o mais legal é que tudo simplesmente vai acontecendo, sem pretenção, como li outro dia, as coisas que mais planejamos nem sempre saem como esperamos, mas as que não planejamos acabam sendo inesquecíveis.


Essas vivências que são responsáveis por criar tantas conexões, uma conversa, uma música, um sabor em comum, tudo traz pessoas pra mais perto e tornam elas mais íntimas, intimidade logo lembra sentimento e a gente começa a sentir, nem percebe, quando vê ja está chamando de amigo, se importando, passando um cafézinho e dizendo "ei, deixei café pra você" ou "recolhi suas roupas do varal". As conexões mais fortes são geradas na mais simples das falas ou nos mais simples atos, é aí que perdemos o controle, é apartir dessa parte que não sabemos mais, isso é maravilhoso, isso é aquela coisa chamada viver, é não ter script, não ter controle, o popular "só vai". Depois desse descontrole é que começa a jornada da vida.





O voluntariado é uma dessas coisas que, em partes, planejamos e combianmos previamente todas as responsabilidades entre viajante e anfitrião dentro da plataforma, mas quando você vive acontecem coisas que ninguém nesse mundo é capaz de ensinar ou explicar, as conexões. Viajar sendo voluntário é mais que uma viagem é um pedaço de vida que você se permite viver da forma mais intensa possível pra cada segundo valer a pena. Meu recado? Coloca a mochila nas costas e vai viver!

